segunda-feira, 28 de novembro de 2016

eu e meu amor

eu e meu amor pintamos 
o cabelo com a mesma tinta,
com as muitas canções, 
com as ruas de todos

( edu planchêz )

apenas isso



inspirado na nevoenta ave...
e na sede de desenrolar o carretel mundo,
se queimo, queimo a madeira da árvore
plantada nos arredores do que nunca penso,
nos arredores do que nunca penso,
estão as próximas cenas,
os cartazes que serão expostos no invisível
e no visível

e não é para compreender,
é não é para fazer qualquer reflexão 
diante do que aqui escrevo

movido pela coisa da música que ora ouço,
relincho isso que você pensa estar lendo,
mas nunca ou sempre...

fica a critério de cada um,
morrer ou continuar vivo durante esse voar
nada linear de palavras
puxadas, repito, pelo que ora ouço

agora na serpente de todas as montarias,
agora indo ao fundo do fundo,
ao fim do fim,
ao território marcado pelas impressões
apenas dos dedos

ruídos, reinos de ruídos,
batidas, pancadas,
pancadas no metal,
nas parte sonolenta da pedra,
do prego morno cravado
nas maçãs da face do tempo
que levo para escrever
o que aqui está escrito

apenas isso

( edu planchêz )

atado as correntes que se arrastam por dentro de todas as casas


a faca do vento verde escuro corta
a tampa da lata que nos guarda,
sem tampa, sem cabeças,
com as cabeças dos que escrevem histórias de terror
e arrebentam guitarras com as tripas

e para se ver o que corre nas veias,
usamos holofotes carcomidos pelo antepassado mar,
holofones amarrados as ponteiras da boca,
presos aos dentes do homem canino

tudo é genial na black sabbath antena de lodo e céu,
arte fodida de quem fode com o foder

nada mais que negro, nada mais que a terna noite
dos que correm por correr
atados as correntes que se arrastam
por dentro de todas as casas

( edu planchêz )

mais que belo irmão rodrigo verly


allman brothers, sou a criança caminhando
entre as patas dos elefantes que avançam
por dentro dos ácidos trovões da guitarra,
no reino de magnólias e urtigas,
no reino da torre do tesouro
que existe nos tijolos do coração
do mais que belo irmão rodrigo verly

( edu planchêz )

num mastro de Havana magnífica


aperta um porro,
num mastro da Havana magnifica,
nas cálidas gengivas da mulher que tenho
em meu sangue

se a maioria está contra,
correto está o caminho,
a ameaça de guerra total
que se agiganta no meu grito vermelho

em Havana magnífica...
retomo meus remos,
a sorte de ser Che médico
da grande alma revolução

por mais que tente calar-me,
por mais que se cubra de ouros
e grades marciais,
nunca saberá onde fica o olho
da esquadra mágica

( edu planchêz )

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

sem ninguém ver

vem comigo, 
vamos andando pelos cantinhos 
que ficam no meio da terra, 
bem pelos cantinhos escuros, 
ali não seremos visto pelos pássaros 
que carregam o homem dono dos raios; 
e vamos nos agarrando sem ninguém ver, 
e se verem que vejam tudo 
na tela das retinas do outro mundo

( edu planchêz )

alma-cântaro

no meio daquelas bolas, 
daquelas que cobrem todo o vale do crânio, 
cabe um pensamento, 
continuemos de mãos dadas 
até findar o túnel aberto com nossa esperteza 
em meio aos olhares de froddo e artaud,
por pouco, encheremos as vasilhas da alma-cântaro
com o vinho que sempre nos torna invisível
no momento de ultrapassarmos as muralhas
que nos levará sei lá onde

me provoco, te provoco

me provoco, te provoco,
escapemos logo da zona de conforto,
lembremos julio cortasar ( prêmio nobel de literatura ),
largou suas regalias e foi cuidar de crianças abandonadas
em comunidades da nicarágua
"um poeta não se faz só com versos"
bradou torquato neto
do alto do reino de ser o mentor do tropicalismo
sempre mais médicos, mais professores...
o poeta real é um educador,
a vanguarda do espirito humano
na figura do editor do jornal instintivo,
remonto meu organismo de bicho
com o organismo das alcateias,
e chego a buck, a jack london
correspondente de guerra no japão,
com o saber a guerra, se nela não estivermos?
euclides da cunha estava em canudos,
nos sertões para sua escrita descrever
o que ali acontecia

sábado, 19 de novembro de 2016

sexta-feira

sexta-feira teve ventos, 
o lindo rio de janeiro com mar mexido,
frio de belezas, 

belezas geladas ouvidas por meus olhos 
de tempestades e astutas visagens de peixes,
de mexilhões, 

de primaveras de borboletas feitas de asas,
asas salgadas, asas de nuvens cinzas lembrando
aquela canção do renato russo


( edu planchêz )

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

longe

longe
de tudo
que não avista
o escuro
no criâme
das que voam
pelas nossas portas

( edu planchêz )

ocultas penas

mousse de maracujá
escorrendo entre a língua e a língua,
entre os ossos dos delírios 
no parque das ruínas
dessa cidade
que morre e nasce
nas ocultas penas


( edu planchêz )

billie holiday meu amor

billie holiday meu amor,
a puta que pariu essa cidade,
nos abre os portais,
os arcos da lapa
que sempre flutuam
no imaginário,
nas páginas incendiárias
paridas por rui castro

( edu planchêz )

vivo trocando o R pelo L

vivo trocando o R pelo L
no meu falar coloquial,
fiz isso por uma existência inteira, 
língua torta,
horrenta degustação de sílabas,
letras invertidas,
poeta podre,
poeta
os livros sujos de mim
ejaculam, defecam, ovulam

( edu planchêz )

chorei

ontem 
quando meu amor se foi,
igual a um piá,
sentei no meio do largo do machado
e chorei recitando
fervorosamente daimoku...
e ela voltou


( edu planchêz )

a frança

a frança 
que vem da raiz de meus olhos,
chama-se eugênia planchêz
e catarina crystal,
adoradas mães,
mulheres de minhas lágrimas intermináveis


( edu planchêz )

café

um café pequeno
( num copo de plástico )
junto ao meu pé direito,
jurei para minha ama não tocá-lo,
mas as astucias do frio
se instalou sobre o rio de janeiro,
me vi obrigado a fazer o oposto


( edu planchêz )

cidade travada

os canhões do reino interior exterior
do outrem se agitam
em minha direção,
fora do planeta
dos que não se entranham
nos nervos do chão,
seguirei para a minha saborosa tarde
repleta de mananciais de silêncio,
eu sou o silêncio,
os gritos urbanos
da cidade travada
que não me pertence


( edu planchêz )

ela dorme com a cabeça em meu colo

dentro de um túnel da linhas amarela,
o poeta e sua mulher genial cantora,
ela dorme com a cabeça em seu colo,
a vida se regojiza


( edu planchêz )

maçã caramelada


réstias, farelos brilhosos, 
sob, sobre o colo de minha ama,
são grãos aquecidos
pelo o amor da gente
que nunca desiste,
que nunca se arma de covardias,
mesmo que ela negue,
ou não perceba minha fidelidade,
se ela não sabe,
sou um homem simples,
um vaso de barro cru,
a maçã caramelada para o seu paladar


( edu planchêz )

tigre de tintas

na dinastia do que penso,
pousado nas vozes,
nos arvoredos da sedenta artetônica ( minha e de brasil barreto )
do coroado ser rajado como um tigre de tintas


( edu planchêz )

terça-feira, 15 de novembro de 2016

o mágico jardim que circunda a esfinge


borboletas movem-se
com o abrir e o fechar de teus lábios,
posso ver nitidamente
com os meus atores da infância

e ver é mais que roubar
do sono as horas
e os ponteiros que as marcam
da literatura sou o que assume o trono
dos sem tronos,
as rédeas das letras fugitivas,
o remo da barca infernal,
e você me chama,
e eu te chamo
para explorar o lado oculto dos corais,
as canções que meu amor despeja
no oco das ruas

se todas as cabeças se unissem
numa única cabeça,
numa única nota da pauta
regida por beethoven
e sua orquestra de estrelas nuas...

não sei e sei
que astor piazzolla e seu bandoneon
cá está abraçado aos lampejos
de piaf e a festa dos mil dias de festas
é a alameda de hortênsias
e o mágico jardim que circunda a esfinge

( edu planchêz )

abraçando vespas e tocandiras lisérgicas


olhando pelos quadros
formados pelos ar condicionados
ativos nos apartamentos
de meu nobre templo

e o meu nobre templo,
se resume a um armário,
uma geladeira, dois chinelos,
e um cardume de tacapes
recheados com o pó do tempo,
com as embarcações
que nos levam ao relento,
pelos cabos que unem os oceanos
de dentro e de fora

eternidade das lembranças,
ora claras, ora vagas,
das mulheres e dos homens
que brincam com vespas,
que traçam com as mãos pinturas corporais
abraçando vespas e tocandiras lisérgicas

( edu planchêz )

reino de ratos


lilás, a flor submersa,
submersos no mundo dos búfalos
que não temem leões,
eu e minha mulher,
eu e a colher,
ela e o doce de bananas

isso nada quer dizer,
poesia é loucura,
algo que cospe,
o rítmo da fatal astúcia
que equilibra trovões
nos véus dos que vivem tontos,
dos que não vivem por viver

tóxica armadilha,
ardil apontado para a cabeça
dos que nascem com a lua no cu,
não com o cu pra lua
e foda-se
se você não está gostando
do que escrevo,
agressividade,
é ser julgado por michael teló e cláudia leite,
país de merda,
poesia de merda
escrita por quem nunca nada leu,
pátria reino de ratos
que a história enterrará,
sem lamentos

( edu planchêz )

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

ALFARRÁBIOS


I_
eu e nosso pai
atracados como crianças
a festa da chuva;
e dançamos e dançamos...
e continuamos a dançar
alfarrábios que guardo
(e nunca guardarei )
enquanto houver e não mais houver
pancadas nesse coração de estradas
II-
na pista do homem de casacas,
reinam eu e minha mulher,
reina o que o eterno jamais esquece,
e esquece porque o esquecer mora
nos neurônios das coisas
III-
orfeu e eurídice,
cariocas,
personas unidas pelo umbigo,
pela musica orquestrada pela turba
sob as entranhas da arte
nada mais que humana
IV-
as meninas de dentro
e as meninas de fora;
são elas que se multiplicam
quando meu amor diz nos sonhos
que sonha com outro,
eu não controlo sentimentos,
apenas os interpreto
ao meu modo,
mas se ela sonha no meu sonho,
é provável que o traidor onírico seja eu,
mais medo do que ameaças de perda,
o estranho menino inseguro
que quase sempre se considerou horrível,
vez por outra,
abandona o seu conquistado cisne
V-
a resina da vela,
seguramente se espalha,
cobre o verso,
o seduz a ser o lírio e a tulipa,
a estrada apinhada de brilhantes
IV-
miro os olhos de meu amor,
as mãos da mata
crescida no cimento dos dentes,
da língua untada no limo entumecido
cravado no ninho que se abre
entre o triângulo
formado pelo pequenos grandes lábios,
seiva, sumo,
néctar mais que quente
vindo da nuvem rósea
que é a fêmea do peixe dourado
( que sou eu...
( EDU PLANCHÊZ )

MINHA MULHER


no largo do machado
rascunhei o texto sem palavras
que arremessei contra as janelas do nunca,
minha mulher sorvia seu café
livre de considerações abstratas
e filosofias rebuscadas,
apenas mastigava as canções de edith piaf
agora, me chama para o banquete,
é a nova metáfora,
a nova maneira muito antiga
de sugar o que se abre
com o que se abre
( EDU PLANCHÊZ )

CATARINA CRYSTAL


a brasa do porro chameja,
eu mergulho carregado
pelos braços de porro
pelos grelos de porro,
na mantequilla aquecida e despejada
sobre os suculento cogumelos de lewis carroll



da rainha de paus
ao coelho intuitivo de alice
e ela nascia e morria nos espelhos,
vejo as dura lágrimas
da mulher que diz me amar

verdade ou mentira,
ou o homem que já pode se ausentar
dos deveres do mundo,
em quase ou em tudo
toquei, posso estar há alguns segundos...
de sumir dos olhos dos que me conhecem
ou pensam me conhecer

isso tudo e aquilo,
isolado e unido ao selo
de 8 pontas,
ou 9

e segue a festança do eu
dissolvido no adorado fogo
ramas de fogo
ordenam que partamos
para a infância

o zelo do ártico
daqui de mim,
soterra enterra
suas lavas
que o branco
de teu branco
me lave

sob os alicerces da Terra,
pelas calhas da chuva
da ave central
de teu corpo sábio delicioso

o rei dos poetas é o abacaxi,
a expressiva hora de ornar
multidões de pensares
com multidões de passariformes
que se estendem pelas formas espaciais
de minhas sombras

Catarina Cristal,
num passe de algo
nada estranho,
assume-se Amy WhineHouse

mi lord,
na estranha frança desta calçada,
minha mulher,
a dama que me foi destinada,
destila, desfolha
os livros de sua voz,
diante dos seres
mais lindos desse cosmo

dentro da horta
do centro das esferas do sangue,
dentro dos copos desenhados,
desenhadas são as notas da canção
desse hoje,
dessa mãe que nunca é guerra,
guerreira, sim,
em todas as américas da alma
cor de condor,
cor de arara que se derrama

rosna
pés mãos lábios dentes.
os deuses demônios
do minério metálico,
hard aparições se dão,
súbitos saltos,
erupções arenosas
da eletricidade radioativa
nada mais que humana

rock in roll
desse mundo
outro mundo
supra humano,
tenso e movediço,
louco lógico
e abstrato

( EDU PLANCHÊZ )

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

cruz na xota


artur azevedo
devia ser enforcado
e jogados aos jacarés do valão,
o filho da puta renegou a música
de chiquinha gonzaga,
um mero covarde
perdido no tempo da estupidez
muito antes de madonna enterrar uma cruz na xota,
chiquinha gonzaga já havia enterrado a cruz da hipocrisia
na xota sagrada da alma do planeta gente

( edu planchêz )

sou um homem lindo

quatro mil oitocentas e trinta e sete pessoas
( povoam meu face),
um poeta cantor do meu quilate,
é ignorado pela maioria delas,
morte em vida, inveja, preconceito?
escrevo e canto para mim mesmo,
e foda-se que você não gosta,
como diz meu irmão João Marcelo,
"cago pra todos'',
mas quem não me conhece,
sabe que não é bem assim
sou um homem lindo mesmo,
minha mulher é uma princesa,
meu filho, apolo,
vou reclamar de que?

( edu planchêz )

no pretos pêlos da boa sorte


medo de receber uma carta de matéria estelar
durante os próximos capítulos
das reinações de narizinho,
das reinações de edu planchêz
e catarina crystal no planeta lama,
no planeta planta flor de cânhamo
( não medo, prazer,
o amor flutua, flutua nas folhas
de matéria estelar é o sino, o seio,
o selo que usamos para brindarmos
os muitos quilates de vida cor de amêndoa,
cor de tamarino e sapoti no capim,
nos pretos pêlos
da boa sorte

( edu planchêz )

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

cidades de mentira


minha alma geotérmica,
o artista de mim sopra a flauta,
a fruta das notas anormais
das canções genéticas
acolhidas pelos tímpanos,
pelas orelhas dos espíritos
das árvores
o homem se arrasta
por dentro dos tubos
do vento aquático
acolhido pela terra
das ruas do mato
nas ruas do mato
não corro,
afugento do sangue
com ronco das areias
as dores emergidas
pelos tremores das cidades
de mentira

( edu planchêz )

Acendo meu porro

Acendo meu porro
para ver a chama de minhas membranas
subirem pelas paredes,
pelos pés das ruas,
distante bem perto
das casas de meu pai sonoro fogo
Acendo meu porro
acrescido de linhas de cores solidas,
de artes fumegantes,
de professores mentais,
de artistas ovulados pelas nuvens

( edu planchêz )

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

de leite e chocolate

acho que só quero uma vida normal,
café, leite na taça da cama,
tudo longe da multidão,
longe do assedio,
dos lobos, ratos, ursos e raposas...
não suporto mais elogios, palmas, 
abraços tendenciosos

não passo de um ser comum,
sertanejo, mouro, selvagem, rude...
que minha cama seja uma esteira,
uma rede de junco,
os braços de minha ama
de leite e chocolate

( edu planchêz )

terça-feira, 20 de setembro de 2016

para os centauros e para as bestas


pássaro de fogo, pássaro de magma borbulhante, 
há mais de um bilhão de graus centigrados da superfície, 
nele estou, nele está,
sorte, a morte, o intervalo entre duas existências, 
entre um gole e outro, entre duas tragadas no cigarro


régio incêndio que eu mesmo maculo e maculo,
além das tragédias, da trágica golfada do sax,
do romântico aço da espada, do fel dos que se abrem,
os que jamais fecham suas portas,
para os centauros e para as bestas

( edu planchêz )